#distantesmaspróximos
Comunicação em tempos de dificuldade
Numéro 2
Caros amigos, queremos continuar a cultivar a nossa proximidade como casais que caminham na Igreja e no mundo.
Apresentamos a vocês este segundo momento de partilha, que esperamos seja uma oportunidade para que todos se sintam unidos nestes tempos difíceis. Boa leitura!
Equipe Responsável Internacional
Editorial
Clarita & Edgardo BERNAL
Casal Responsável Internacional
HISTÓRIAS DE CRIANÇAS
Queridos membros do Colégio Internacional: Hoje chega a vocês o segundo número deste Boletim extraordinário em tempos de dificuldade em que, como diz seu nome, geograficamente estamos #distantesmasproximos, em espírito e coração. Esta iniciativa tem sido muito bem recebida por parte do Colégio Internacional, do qual temos recebido algumas mensagens generosas e carinhosas de parabéns e encorajamento, que nos fazem ver como é importante para aqueles, como nós, que têm responsabilidades no Movimento, promovam hoje, mais do que nunca, espaços de acompanhamento concreto que nos tirem de nosso isolamento físico preventivo e nos levem a participar da multitudinária festa de unidade espiritual e de criatividade que respira vida.
No último boletim falamos da importância de Ser Comunidade. Neste, queremos falar não mais da importância de pertencer à comunidade, mas de ser um membro ativo que não só se nutre dela, mas que se preocupa em nutrir aqueles que com ele compartilham. É a diferença entre ser um espectador passivo ou um gestor de mudanças.
É surpreendente como o homem se adapta rapidamente às novas circunstâncias, por mais adversas que sejam, e como emerge a capacidade de resistência que ele tem na fé, um catalisador positivo que o potencializa. Não deixamos de nos admirar quando olhamos para as iniciativas que temos conhecido em nosso Movimento, nas quais as Super Regiões e Regiões, com seus casais responsáveis e equipes de apoio, de um dia para o outro, tornaram-se habilidosos educadores à distância, com expertises em plataformas virtuais, com PHD em Zoom, Cisco, Meet, StreamYard, WhatsApp, de onde estão mais próximos do que de costume dos equipistas de base, celebrando Eucaristias, conferências, organizando fóruns, peregrinações, entrevistas, etc. É a criatividade da Ajuda Mútua em toda a sua expressão, onde as capacidades são colocadas a serviço dos outros!
Nesta edição, nossos companheiros de equipe, ligações de Zona, compartilham conosco algumas dessas experiências em sua animação, assim como os depoimentos dados por Gianni e Clelia, Super Regionais da Itália, Alex e Susy, Regionais da Índia, e Helena e Pawel, Super Regionais da Polônia.
Em um mundo onde, pelo menos antes da COVID-19, prevalecia o egoísmo e a sede para levar a melhor parte da mesa compartilhada, uma simples história infantil oriental é ilustrativa e nos parece apropriado trazê-la como um lembrete do que vivemos e como uma lição para superar esses tempos sombrios.
José Saramago, em relação ao uso de histórias infantis para entender nossa realidade, disse: E se as histórias infantis fossem leitura obrigatória para os adultos, seríamos realmente capazes de aprender o que temos ensinado há tanto tempo? Muita sabedoria se esconde nesta reflexão, pois a teologia da simplicidade, como o Papa Francisco a chama, é quase sempre mais poderosa e mais transformadora do que os tratados eruditos que devem passar primeiro pela razão para chegar ao coração.
Vamos ver que lição esta história nos deixa nesta era em que compartilhar é sinônimo de vida, e fingir aproveitá-la de forma egoísta, sinônimo de morte:
CÉU E INFERNO
Num reino oriental longínquo havia dois amigos que tinham a curiosidade e o desejo de conhecer o Bem e o Mal. Um dia eles vieram até a cabana do sábio Lang para fazer-lhe algumas perguntas. Uma vez lá dentro, perguntaram-lhe:
- "Ancião, diga-nos, qual é a diferença entre o céu e o inferno?
O homem sábio respondeu:
- Vejo uma montanha de arroz recém cozido, ainda está fumegando. Ao seu redor há muitos homens e mulheres que estão com muita fome. Os paus que eles usam para comer são mais compridos que os braços. É por isso que quando pegam o arroz, não conseguem colocá-lo na boca. A ansiedade e a frustração estão crescendo cada vez mais.
Mais tarde, o homem sábio continuou:
- Vejo outra montanha de arroz recém cozido, ainda fumegando. Por toda parte há muitas pessoas felizes sorrindo de satisfação. Seus paus também são mais compridos que seus braços. Mesmo assim, eles decidiram se alimentar um ao outro.
Queridos amigos, nunca deixemos de nos alimentar uns aos outros, nem deixemos que as nossas próprias necessidades turvem a nossa capacidade de compartilhar; para nos alimentarmos, pensemos sempre em fazê-lo primeiro com o próximo, pois só assim poderemos alimentar-nos da mesa compartilhada que o Senhor sempre nos prodigalizará.
Aplaudimos, a partir da redação deste boletim #distantesmaspróximos, todos os que se dedicam às Equipes de Nossa Senhora que, neste tempo de trevas, com generosidade e criatividade, têm sido fonte de alimento e luz em nossas casas para alimentar, iluminar e acompanhar nossa jornada, e convidamos todas as Super Regiões a se deixarem contagiar por estas iniciativas que, ao contrário da COVID-19 , nos fortalecem e nos fazem crescer.
Nesta festa de Pentecostes que acabamos de celebrar, pedimos de todo o coração a Nosso Senhor que esta pandemia cesse em breve e que, com a ação do Seu Espírito, sobre todos os membros do Movimento das nossas queridas Equipes, possamos sair dela com a capacidade de sermos cada vez mais misericordiosos com o próximo e mais conscientes da necessidade de cuidarmos da nossa casa comum.
Que assim seja.
OBS.: Em maio passado, nossos amigos Lu e Nelson, responsáveis pela SR Brasil, nos convidaram para celebrar de forma virtual, como imposto por esta época, os 70 anos de vida da boa nova das Equipes de Nossa Senhora nesta terra abençoada. A partir deste boletim, queremos expressar nosso sentimento de alegria e oferecer nossos mais carinhosos parabéns a todos os equipistas brasileiros. É comovente notar que, como o fermento na massa, a inspiração que motivou Pedro Moncau a escrever ao Padre Caffarel em 1949, descobrindo sobre o jovem Movimento do qual a publicação l'Anneau d'Or falava e que chegou em suas mãos, multiplicou-se nesta terra fértil do outro lado do oceano, dando frutos em abundância, os frutos que hoje são compartilhados pelos membros das quase 4.600 "Equipes de Nossa Senhora da Super-Região Brasil".
Vida eucarística em tempos de Coronavírus
Padre Ricardo Londoño - SCE Internacional
Enfrentamos uma série de situações sem precedentes nos últimos meses. Era impensável há algumas semanas que templos e igrejas físicas fossem fechadas e o acesso ao seu interior fosse impedido. A celebração comunitária da Eucaristia foi suspensa e tivemos que jejuar da comunhão com o Pão da Vida. De qualquer forma, o que não se passava pela imaginação se tornou realidade. Críticos literários dizem que a realidade é mais estranha que a ficção.
Muitas perguntas surgiram para as comunidades dos fiéis católicos: Como viver a dimensão eucarística na época de Covid 19? De que modo manter a comunhão com os irmãos? É a realidade virtual uma nova forma de participação? E muitas outras perguntas. Muito tem sido escrito sobre isso por teólogos, pastoralistas, sociólogos, etc.
É um tempo de sinais e há muitos sinais dos tempos no momento.
Porque, embora seja verdade que não celebramos a Missa comunitariamente, no entanto, as redes estão inundadas de ofertas religiosas. Muitas maneiras foram encontradas para se integrar sem estar presente. Quiséramos ter um meio de comunicação que manifestasse proximidade na distância. Há uma presença no meio da ausência. Inventamos maneiras e formas de não nos desvincularmos. Participamos de inúmeros encontros via plataformas em rede. Ou seja, colocamos a tecnologia de comunicação a serviço da comunidade, do encontro, da celebração.
Nos faz falta, é verdade, a comunhão eucarística. Mas, fortalecemos a mesa da Palavra. É nosso alimento permanente. A oração adquiriu novos canais e formas. Ofertas religiosas, espirituais e formativas se multiplicaram... Os prédios estão vazios, mas os corações estão cheios de coisas novas.
Será que o Senhor não está nos convidando, em meio à preocupação com os desastres causados pelo vírus, a olhar para os novos tempos? Não será uma oportunidade de ouvir o Papa Francisco, que insiste em que devemos perder a auto-referencialidade? Não será um novo estímulo para dar maior sentido às comunidades dialogantes, nas quais deixemos surgir com maior força o discernimento e a verdade?
É bom que aprendamos, com o que temos que viver, os novos caminhos ou modos de evangelização. Que possamos fortalecer o sacerdócio comum dos batizados e nos tornemos sacramentos da nova vida, realidades que estavam escondidas.
Se a Eucaristia é entrega e desprendimento, se é doação e rompimento, certamente o Senhor nos chama a fazer dela, vida para além do rito e da cerimônia.
VIVENDO NOSSA FÉ COM TODA A IGREJA
Semana Laudato si’: construir juntos um mundo melhor
Teve início no dia 16/05 a Semana Laudato si’, uma iniciativa promovida pelo Vaticano, e que se concluiu em 24 de maio, ao meio dia de Roma, com um Dia Mundial de Oração. Nesta semana, os católicos foram convidados a participar de seminários de formação on-line, interativos e colaborativos, tendo o Papa Francisco encorajado os fiéis a participar e a pensar no futuro de nossa Casa comum.
A Semana Laudato si’ fez parte de uma campanha global por ocasião do 5º aniversário da Encíclica sobre o Cuidado da Casa comum. O tema da semana foi: “Tudo está conectado”.
“Que tipo de mundo queremos deixar para aqueles que vêm depois de nós, para as crianças que estão crescendo?”
A partir dessa pergunta, o Papa renovou seu “apelo urgente a fim de responder à crise ecológica, ao grito da terra e ao grito dos pobres que não podem mais esperar. Cuidemos da criação, presente do nosso bom Deus criador”.
A Carta Encíclica Laudato si’ oferece a visão de construir um mundo mais justo e sustentável, de um desenvolvimento humano integral que não deixa ninguém para trás. Convoca não apenas para uma mudança de atitude, como também para uma nova forma de pensar.
Em todo o mundo, a partir das Conferências Episcopais, Dioceses e Paróquias, diversas iniciativas foram desenvolvidas para este momento de celebração da Encíclica, que convida a refletir sobre o futuro do nosso planeta, em uma perspectiva da ecologia integral, onde tudo está interligado.
A partir de agora, o Papa convida a celebrar o ano dedicado à Encíclica, que representa uma espécie de verificação para coletar iniciativas, ideias, experiências e boas práticas; uma maneira de compartilhar o que o documento suscitou em comunidades, territórios e em todo o mundo; uma ocasião para refletir sobre a sua atualidade, no momento presente, enquanto o mundo inteiro luta contra a pandemia da Covid-19.
"Ó Deus, permita-me cultivar virtudes ecológicas", é a prece que devemos fazer.
PENTECOSTES
Acabamos de celebrar, em toda a Igreja, a festa de Pentecostes.
Pentecostes é considerada uma das solenidades mais importantes para a Igreja Católica, pois marca a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus e a Virgem Maria. A partir deste momento, todos foram abençoados, e começaram a falar em voz alta e pregar os ensinamentos de Cristo com as línguas que eram faladas ao redor do mundo inteiro.
Esta festa é recordada anualmente 50 dias após o Domingo de Páscoa e algumas catequeses também a nomeiam como o “aniversário da Igreja Católica”.
Jesus, tendo ressuscitado e subido ao céu, envia à Igreja o seu Espírito, para que cada cristão possa participar na sua mesma vida divina e tornar-se sua testemunha no mundo.
Diz o Papa Francisco:
“Por isso Jesus, ao encontrar os Seus, repete: ‘A paz esteja convosco’ (Jo 20,19.21) e dá o Espírito. A paz não consiste em resolver os problemas a partir de fora – Deus não tira aos Seus as tribulações e perseguições –, mas em receber o Espírito Santo. Nisto consiste a paz, aquela paz dada aos Apóstolos, aquela paz que não os livra dos problemas, mas, nos problemas, a paz é oferecida a cada um de nós.
É uma paz que torna o coração semelhante ao mar profundo: permanece tranquilo, mesmo quando as ondas estão revoltas à superfície. É uma harmonia tão profunda que pode até transformar as perseguições em bem-aventurança.
Mas, em vez disso, quantas vezes permanecemos à superfície! Em vez de procurar o Espírito, tentamos atuar, pensando que tudo ficará bem caso certo problema passar, se não virmos mais tal pessoa, se melhorar aquela situação. Mas, isto é permanecer à superfície: superado um problema, chegará outro; e a ansiedade voltará. Não é afastando-nos de quem pensa diferente de nós que ficaremos tranquilos; não é resolvendo o problema presente que estaremos em paz.
O ponto de mudança é a paz de Jesus, é a harmonia do Espírito”.
MÊS DE JUNHO: Sagrado Coração de Jesus
O mês de junho é, tradicionalmente, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, máxima expressão humana do amor divino. A Solenidade do Coração de Jesus, que será celebrada no dia 19, é uma festa que dá consonância a todo o mês.
O Coração de Jesus, na piedade popular, é o símbolo por excelência da misericórdia de Deus. Porém, como afirma o Papa Francisco, “não é um símbolo imaginário, mas um símbolo real, que representa o centro, a fonte da qual brota a salvação de toda a humanidade”.
Nos Evangelhos, encontramos diversas referências ao Coração de Jesus. Por exemplo, na passagem onde o próprio Cristo diz: “Vinde a mim, vós todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos darei descanso. Tomai o meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,28-29).
No dia 20/06, celebramos o Imaculado Coração de Maria: o seu coração imaculado, coração de mãe, compartilhou ao máximo desta compaixão de Deus, sobretudo na hora da Paixão e Morte de Jesus.
Que Maria nos ajude a sermos mansos, humildes e misericordiosos com os nossos irmãos!
Reuniões Virtuais: como participar de um modo frutuoso?
Novamente, Jesus disse: A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio. E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo. (Jo 20, 21-22)
Queridos casais responsáveis pelas SR e RR:
Toda a humanidade está vivendo um momento difícil. Os encontros presenciais ainda estão bem reduzidos, uma vez que não podem ser realizados sem observar limites e garantias de distanciamento entre as pessoas, com cuidados sanitários para evitar a infecção e a transmissão do Coronavírus.
Diferentes tipos de organizações estão realizando, por isto mesmo, e a fim de não perder a sua dinâmica, reuniões virtuais, utilizando as tecnologias disponíveis, tendo o cuidado de torná-las proveitosas, efetivas e produtivas.
O Movimento, na impossibilidade de realizar a reunião anual do Colégio Internacional das ENS em Varsóvia, em julho-agosto próximos, terá o grande desafio de integrar seus participantes por meio de uma reunião virtual extraordinária. Embora ela não tenha a riqueza do Colégio Internacional, razão pela qual preferimos chamá-la de Reunião Virtual Extraordinária, será um momento de encontro, de apoio, de reflexão partilhada e de oração que nos proporcionará instrumentos para preservarmos nossa unidade, para caminharmos juntos e para nos ajudarmos uns aos outros. Será um grande desafio, pois um de nossos maiores valores são os momentos de oração em conjunto, os contatos que estabelecemos e as trocas de experiências que fazemos presencialmente.
Precisamos superar as dificuldades inerentes a este tipo de reunião virtual.
Certamente que nos acostumamos, nestes últimos 2-3 meses, com reuniões virtuais na Equipe de base, ou participando de Missas on-line, ou de qualquer outro evento social, religioso, profissional. Também estamos nos acostumando a utilizar o Skype, WhatsApp, Zoom, Meet, etc.
Por isto, acreditamos que todos vocês, casais responsáveis pelas SR e RR, possuem alguma familiaridade com as tecnologias virtuais, de modo que, acreditamos, iremos realizar nossa reunião virtual com sucesso, e alcançar os objetivos que estão propostos, visando nosso próximo ano equipista (2020-2021).
A ERI ainda está trabalhando na montagem do PROGRAMA da reunião virtual. Mas, de antemão, temos certeza de que as estratégias que serão utilizadas na reunião permitirão a todos participar ativamente, tirar suas dúvidas, trocar experiências e gerenciar com êxito o ano equipista.
Todas as informações e documentos da reunião virtual extraordinária ficarão disponíveis em um endereço eletrônico, que lhes encaminharemos no momento oportuno. Após a reunião, enviaremos a todos vocês uma “memória” dos principais pontos tratados.
Neste momento, além de sermos profetas da esperança, nossa mensagem deve ser de construir uma Igreja e um Movimento de acolhida das pessoas necessitadas; de cultivar a fraternidade e a hospitalidade; de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável.
Queremos que você, prezado casal responsável, junto com seu Sacerdote Conselheiro Espiritual, inicie uma preparação de caráter espiritual, desde agora, orando e pedindo ao Senhor, nosso Deus e Pai amoroso, para que nos guie e nos anime em nossa missão nas ENS, de modo que esta reunião possa alcançar os frutos que o Espírito Santo nos inspirar.
Estamos certos de que todos nós sairemos melhor desta reunião virtual extraordinária do que quando entramos, e com mais clareza de nossa missão neste momento de dificuldade, para podermos contribuir, pelo carisma das ENS, com a construção do Reino de Deus.
TESTEMUNHOS
TESTEMUNHO DA HELENA E PAWEL KUKUŁOWICZ
Casal Responsável SR Polónia - Europa Central
Após o cancelamento do Colégio Internacional
O tempo até o surto da pandemia foi muito atribulado para nós. Na verdade, todos os fins de semana eram ocupados com reuniões, viagens e conversas sobre o Colégio Internacional.
No início da semana, na qual foram introduzidas restrições severas na Polônia, tivemos uma reunião com dois casais que deveriam estar envolvidos na organização da reunião da ERI com os equipistas. Depois houve apenas silêncio e espera. Para ser honestos, nossos pensamentos giravam principalmente em torno da situação da Polônia e de outros países, especialmente da Itália.
Só de vez em quando é que o tema do Colégio regressava: será realizado ou não. Em nossa oração diária, confiamos a Deus os doentes, aqueles que perderam seus entes queridos e pedimos proteção para aqueles que lutavam contra o Coronavírus.
A consciência de que o Colégio não se realizaria bateu mais forte em nossos corações. Após o cancelamento dos voos internacionais, por tempo indeterminado, não tínhamos esperança de que o Colégio em Varsóvia pudesse acontecer em julho. Não nos surpreendeu a informação oficial da ERI: o colégio foi cancelado... Sentimos pesar, mas também ficamos aliviados. Pode ser uma estupidez, mas um dos pensamentos foi: vamos ter férias!
Depois começamos a preparar uma carta de agradecimento para todos aqueles que estiveram envolvidos na preparação da reunião do Colégio. Não foi fácil. Aconteceu que havia tanta gente, não só da Polônia. Entendemos que estes são os frutos do Colégio que nem mesmo uma pandemia pode afastar.
Quando pensamos no Colégio, sentimos uma pena especial por duas coisas. Ficamos tão felizes que Cristo estaria conosco na capela em Borzęcin o tempo todo. Pelo fato de podermos nos ajoelhar a qualquer momento diante do Santíssimo Sacramento. A nossa alegria foi fortalecida pela beleza da capela, desenhada como uma cabana africana. Pensamos que era um sinal para o nosso Movimento internacional e que agradaríamos os casais da África. Também estávamos esperando encontrar Dzidzia e Piotr Chodzko, que terminam sua responsabilidade. Nós não os encontramos em Valência e eles são tão próximos de nós. Pensamos também na Magda, que com tanto esforço desenhou o logotipo e outros elementos gráficos do Colégio. Ela investiu tanto esforço neste trabalho. Obrigado Magda.
No entanto, confiamos que a reunião do Colégio Internacional um dia será realizada na nossa Super Região, e que a SR Polônia irá desfrutar da presença de casais de todo o mundo.
Enquanto isso, ficamos em oração com todos vocês. Magnificat!
TESTEMUNHO DA CLELIA E GIANNI PASSONI
Casal Responsável SR Itália
Nos últimos dias de fevereiro fomos recebidos por Roger e Emília AGBOZOH, e Bernadette e Sylvestre MINLEKIBE, para nosso encontro da Zona Euráfrica em Lomé, Togo, previsto desde o ano passado, juntamente com os responsáveis da Super Região Espanha e seu conselheiro espiritual (por razões de trabalho, nossos amigos portugueses não estavam conosco).
Enquanto nós, Clelia e Gianni, responsáveis pela Super Região Itália, junto com o Padre Martino, conselheiro espiritual nacional, vivíamos o grande presente da reunião da Zona em Lomé, lá na Itália vários compromissos com as equipes foram sendo suspensos por causa dos primeiros sinais desta pandemia (COVID-19), que se espalhava especialmente no norte do País.
A princípio, sinceramente, não conseguimos compreender bem a gravidade da situação e nem como os tempos que experimentaríamos a partir daí seriam vividos.
Dia a dia, novas notícias foram sendo acrescentadas, mas, sobretudo, decisões e decretos governamentais foram tomando forma. Nossas almas estavam cheias de dúvidas, sentimos incerteza e uma sensação de impotência diante de um acontecimento que não conseguíamos entender como era sério.
Como responsáveis pela SR, juntamente com todos os responsáveis de nossas Regiões, percebemos que tínhamos que parar para refletir, rezar e, ao mesmo tempo, entender a forma de realizar nossas atividades e de ouvir as várias e novas situações dos equipistas.
Antes de tudo, nos perguntamos como poderíamos estar perto deles, sem criar medo ou alarmismo adicional, mas trazendo conforto e carinho. Por isso, aderimos prudentemente às disposições nacionais, lembrando e recordando aos membros do Movimento de que somos, primeiramente, cidadãos responsáveis uns pelos outros.
Nossa primeira atitude foi (e ainda é) de não perder a esperança e realizar um discernimento colegiado, pedindo o dom do Espírito, antes de dar passos e fazer escolhas para continuarmos a caminhar juntos na busca de Deus em nossas vidas.
Deixamos em aberto a possibilidade dos encontros nacionais, que seriam realizados em abril e maio. Então, dada a realidade que estava se tornando cada vez mais complicada, nos perguntamos se deveríamos oferecer também uma oportunidade de formação. Juntamente com a equipe nacional, "construímos" a Sessão Nacional: "Cambaleantes em direção ao alto e ao outro”. "Não despreze o que foi criado, Senhor que ama a vida". [1]
Mantivemos as duas realizações que já havíamos planejado com um padre e um teólogo, e depois foram oferecidos os momentos do Dever de Sentar-se, da Eucaristia, de oração, das dicas para a equipe base. Tudo isso, é claro, através da web. Ambos os eventos com Facebook direto e com algumas gravações previamente feitas.
A fim de dar um sentido de participação, foi solicitada a inscrição em um grupo privado, para proteção da privacidade. Ao mesmo tempo, para aqueles que não tiveram a possibilidade de acessar o Facebook, os links de cada momento foram publicados no site nacional (www.equipes-notre-dame.it - sessões nacionais), para oferecer a todos os equipistas essa oportunidade. Esta "sessão" foi vivida nos dias 1, 2 e 3 de maio com a participação de mais de 600 casais.
Antes dessa ocasião, sempre para manter vivo o caminho das equipes e lembrando que "todos os anos, durante este mesmo período, a Igreja italiana orava nas igrejas ininterruptamente por um dia inteiro: eram as 24 horas para o Senhor", nosso Conselheiro, Padre Martino, propôs uma Vigília de Oração lembrando-nos que um dos passos da Igreja primitiva era a mudança dos locais de culto: a passagem do templo para a casa.
Assim nasceu a experiência a cada dia 15 e 30 do mês, que continua até hoje. Começa as 19h e termina as 7h da manhã seguinte. Padre Martino, a cada vez, prepara um roteiro com sugestões de oração e reflexões que os casais podem utilizar para manter a vigília: a família se torna a "pequena igreja doméstica".
"A tua casa dará testemunho ainda mais explícito de Deus se for a união de dois buscadores de Deus, segundo a admirável expressão dos Salmos. Dois buscadores, cujas mentes e corações estão ansiosos por conhecer, encontrar Deus, estar unidos a Ele, porque entenderam que Deus é a grande realidade, porque Deus lhes interessa mais do que qualquer outra coisa. [...]
Tal casa é um lugar de culto. Não só no sentido de que os cônjuges são seus adoradores em espírito e em verdade, que seus filhos cresceram para serem eles mesmos adoradores, mas também no sentido de que esse impulso de adoração guia os corações e todas as tarefas durante o dia.
A casa cristã é aquela pequena comunidade da qual São João Crisóstomo falou. [...] Se todos os outros lugares de culto fossem fechados, abandonados, destruídos, como em algumas partes do mundo, a família cristã continuaria a ser a morada de Deus entre os homens. E como Deus habita ali, é um lugar onde Deus age. [...] A existência de um lar cristão é uma história santa, porque é uma história guiada por Deus". [2]
Outro encontro, em nível nacional, foi a Eucaristia dominical, sempre celebrada ao vivo pelo Conselheiro Nacional.
Cada Responsável Regional foi acionado para se aproximar dos casais responsáveis pelos setores. Videochamadas e chats estão sendo as ferramentas utilizadas para fazer as pessoas se sentirem próximas, mas também para a continuidade do caminho, para manter vivo o Espírito de comunhão e de fraternidade.
Vários setores têm organizado e proposto o Retiro ou o Dia do Setor via web. Sabemos também que as Equipes de base tomaram medidas para utilizar essas ferramentas para viver sua reunião mensal.
Este tempo de confinamento deu origem ao desejo de rezar mais vezes juntos e de "nos vermos", especialmente para não deixar tantos conselheiros espirituais sozinhos.
As Equipes Regionais continuam a se reunir virtualmente. As sessões suspensas já foram remarcadas para o próximo ano. Espera-se uma recuperação gradual em um futuro próximo com compromissos locais, o que envolverá (talvez) um número menor, mas permitido de pessoas.
O desejo de reencontrar é muito forte e sentido por todos.
Este tempo tão novo, tão incerto, tão fora dos nossos esquemas perseguidos até agora, pede-nos para refletir e repensar o nosso modo de vida, o nosso ser Igreja em saída, cada vez mais fiel ao Evangelho.
Muitas vezes, nestes últimos meses, temos ouvido e dito para nós mesmos: "nem tudo será como antes".
Agora que passamos de uma primeira etapa deste novo tempo, fazemo-nos muitas perguntas sobre o futuro que está por vir. Somente juntos, caminhando dia após dia com humildade, com os olhos e o coração abertos para escutar o Espírito, poderemos experimentar novos caminhos, superar os medos que nos habitam, ir ao encontro de nossos irmãos e irmãs para fazer gestos e passos que construirão um mundo mais justo e respeitoso.
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[1] “Squilibrati verso l’alt(r)o”. “Nulla disprezzi di quanto hai creato Signore che ami la vita”.
[2] Henri CAFFAREL, “As Equipes de Nossa Senhora frente ao ateísmo”, Roma, 5 de maio de 1970.
TESTEMUNHO DA SUSY E ALEX ANTHRAPER
Casal Responsável RR Índia
A pandemia está tendo seu impacto também na Índia, embora não da mesma forma que na Europa e nos EUA. Estamos sob lockdown nos últimos dois meses. Esperamos e rezamos para que estes tempos conturbados passem em breve.
Os equipistas na Região Índia estão seguros e bem, embora a maioria deles esteja na faixa etária de risco. Temos estado em constante contato com os Casais Responsáveis de Setor perguntando sobre o bem-estar dos membros das Equipes.
As Equipes foram aconselhadas a utilizar o Zoom e o Google Duo para a realização das reuniões. Este método é popular entre os grupos jovens. Mas, o fato é que os equipistas de mais idade não são tão experientes em informática e estão tendo dificuldades para participar. Eles têm sido aconselhados a fazer ligações telefônicas frequentemente entre os membros de sua equipe e a participar das orações e das coparticipações.
Um ponto positivo do lockdown é que todos nós encontramos mais tempo para passar com nosso cônjuge e filhos, e estamos aproveitando ao máximo.
Vamos todos nos unir em oração e amor.
O QUE A ERI ESTÁ FAZENDO?
Descobrindo oportunidades online durante o lockdown
Faye e Kevin Noonan
Casal de Ligação Zona Eurásia
Casal de Ligação Zona Eurásia
Em pouco tempo, o Coronavírus mudou fundamentalmente muitos aspectos de nossa vida. Atividades que pensávamos serem comuns e rotineiras no passado, agora se tornaram difíceis ou às vezes impossíveis. Ansiamos por um tempo em que possamos nos encontrar novamente com os membros de nossa própria equipe em suas casas, compartilhar uma refeição e sentir seu abraço.
Entretanto, ainda há muitas coisas que podemos fazer, e até mesmo algumas atividades que agora podemos fazer melhor do que antes. É hora de sermos inovadores e termos a coragem de experimentar novas ideias. Nossa própria jornada, nos últimos meses, tem sido de descobertas, e temos nos surpreendido com a engenhosidade de algumas equipes durante este tempo de adversidade.
Nossa primeira experiência com o surto do Coronavírus aconteceu enquanto estávamos a caminho de uma reunião da ERI no Togo, que seria seguida de um grande encontro com as Equipes da África francófona. Após as reuniões no Togo, tínhamos planejado passar a próxima semana em Gana, parte da Zona Eurásia, visitando as Equipes em Techiman. Ficamos empolgados com a perspectiva de conhecê-las pela primeira vez. Tivemos tanto trabalho de preparação para as reuniões em ambos os países e ficamos muito decepcionados quando ambas tiveram que ser canceladas.
Ao voltarmos para a Austrália e em isolamento obrigatório, esperamos que um dia possamos finalmente nos encontrar com as Equipes em Gana. Ficamos muito felizes em receber um convite para participar de um grupo da WhatsApp chamado "Teams of Our Lady in Techiman". Este é um grupo muito ativo e inclui leituras e reflexões diárias das escrituras, assim como orações e hinos para a missa dominical. É também um elo importante entre os membros das Equipes e o clero local, assim como os contatos na Grã-Bretanha.
É maravilhoso ver como o casal que trouxe as Equipes para Gana (Mary e Robert Jones, da Inglaterra), continua mantendo contato estreito. Em um país onde o acesso à internet é lento, eles já tinham uma comunidade online que funcionava bem, onde a distância era algo irrelevante. Os aspectos online da vida de suas Equipes prepararam bem as Equipes do Techiman para os desafios do Coronavírus que estavam por vir. Estamos emocionados por termos sido convidados para esta comunidade e inspirados por sua fé.
Encorajados por estas iniciativas simples e práticas, começamos a buscar outras oportunidades onde a tecnologia pudesse melhorar o contato com os membros das Equipes, ao invés de ser apenas um substituto pobre em tempos difíceis.
Começamos com nossas próprias reuniões de Zona com casais das SR e RR. Estas reuniões são normalmente realizadas uma vez por ano no Colégio Internacional. Usando o Zoom, agora estamos realizando reuniões de Zona frequentes (atualmente mensais), e isso aprofundou nosso relacionamento como Equipe. Por meio de contatos mais frequentes, temos sido capazes de compartilhar ideias e desenvolver iniciativas conjuntas, para que o esforço duplicado seja reduzido em toda a Zona.
Para a próxima iniciativa da Zona Eurásia, trabalhamos com os casais das SR/RR para realizar missas online regulares em inglês durante os meses de maio e junho. Essas missas estão abertas a todos os membros das Equipes ao redor do mundo e têm sido muito apreciadas. As missas estão sendo celebradas por Conselheiros Espirituais de diferentes países da Eurásia, para que cada país possa trazer um pouco da sua própria cultura para a celebração da missa. Já celebramos missas da Nova Zelândia, Grã-Bretanha e Índia, com futuras missas programadas da Austrália e Irlanda.
Ficamos encantados que o Bispo Steve Lowe, da Nova Zelândia tenha concordado em celebrar a primeira dessas missas. Em 2018, o Bispo Steve convidou Equipes para sua Diocese e concordou em ser o Conselheiro Espiritual de uma das Equipes recém-formadas de jovens casais. Em 2019, pilotamos esta Equipe da Austrália usando o Skype, e a experiência foi muito bem sucedida. Aprendemos muitas lições valiosas sobre os desafios de realizar reuniões de equipe pela internet, e nos baseamos fortemente nesta experiência prática durante os bloqueios do Coronavírus.
É claro, para nós, que o WhatsApp, Zoom e Skype criaram novas oportunidades para que possamos oferecer uma melhor ligação. Entretanto, também entendemos claramente que estas ferramentas online não são um substituto para a interação pessoal. Não pode haver melhor maneira de entender a realidade da vida dos casais, em qualquer país, do que encontrá-los em sua casa, abraçá-los, caminhar nos seus passos e sentir sua alegria e sua dor. Os encontros on-line nunca podem proporcionar os insights profundos obtidos através da interação íntima e pessoal, mas podem criar formas novas e inovadoras de comunicação entre si.
Durante o lockdown em março, por exemplo, fomos convidados a participar de um encontro online da Equipe Super Regional da Oceania por um curto período de tempo usando o Zoom. No passado, este teria sido um grande desafio logístico, exigindo viagens de mais de 1.000 quilômetros. Refletindo sobre o sucesso desse encontro, agora podemos ver que há uma oportunidade para trabalharmos mais de perto com as equipes regionais e Super Regionais em outros países por meio de simples visitas online. Às vezes as melhores ideias são apenas ideias simples e fáceis de implementar!
É claro que as ENS não operam separadamente de outras partes da Igreja Católica, e a Igreja também está mudando no uso de tecnologias online. Por exemplo, nossa própria paróquia tem sido sustentada e animada pela tecnologia online durante o período do Coronavírus, e a transição tem sido surpreendentemente fácil. Cada semana, temos agora uma programação completa de atividades online, incluindo missa online, estudo das escrituras e uma discussão bíblica, e também orientamos um jovem casal casado. Tudo isso é feito sem sair de nossa casa!
O Coronavírus terá um impacto duradouro no mundo, e só podemos esperar que a mensagem duradora seja para o bem da humanidade. Nossa própria experiência de Equipes durante esta crise tem sido de preocupação e apoio mútuo para o bem dos outros, juntamente com uma profunda fé na mão-guia de Deus em tempos de adversidade. Esperamos que as ideias inovadoras desenvolvidas pelas Equipes para se comunicarem por necessidade durante a pandemia do Coronavírus, continuem a ser desenvolvidas e alimentadas muito tempo depois que o vírus tiver desaparecido.
A Zona Euráfrica na era do confinamento
Bernadette e Sylvestre Minlekibe
Casal de Ligação Zona Euráfrica
Casal de Ligação Zona Euráfrica
A missão essencial do casal de ligação de Zona consiste em manter e revitalizar a ligação com as Super Regiões (SR) e regiões ligadas (RR) pelas quais é responsável no Movimento das Equipes de Nossa Senhora, representado pela Equipe Responsável Internacional (ERI), com o seu casal responsável e o seu conselheiro espiritual (CS).
Durante as nossas reuniões no âmbito da ERI, informamos sobre esta missão e quando iniciamos reuniões com os responsáveis das SR e RR, é frequentemente para os ouvir e incentivar o dinamismo do Movimento nas diferentes regiões do mundo. É também uma oportunidade para transmitirmos as orientações e recomendações da ERI e para recolhermos em troca os pedidos ou perguntas que cada responsável enfrenta no seu país.
A visita do casal de ligação de zona aos diferentes países de sua zona permite-lhe tocar a realidade do Movimento e ir ao encontro dos equipistas de base e da hierarquia das igrejas locais.
No último Colégio Internacional, em julho de 2019, em Valência, Espanha, elaboramos um calendário de reuniões, que incluía reuniões nos colégios internacionais e visitas a cada SR.
A primeira reunião prevista para o ano 2020 foi a reunião de Zona em Lomé, de 27 de fevereiro a 1º de março.
Agradecemos a Deus por termos conseguido mantê-la, pois era esse o prazo limite, antes das restrições do Coronavírus. Na semana seguinte, a Itália isolou a região de Milão, a região de origem do casal responsável pela SR Itália.
Só a SR Portugal não conseguiu fazer a viagem até Lomé, mas ouvimo-la juntos por videoconferência.
Foi uma reunião muito enriquecedora, durante a qual pudemos ver os progressos e as dificuldades das ENS em nossa Zona.
A Zona está crescendo bem em geral, especialmente na África francófona e na SR Portugal. Nas SR da Espanha e da Itália, o crescimento é menos sustentado, mas está sendo feito um trabalho de difusão para compensar a diminuição dos casamentos e do número de potenciais equipistas que isso pode implicar.
São oferecidas formações específicas em todas as SR da Zona, e é oferecida formação permanente na SR Portugal e na SR Espanha; está prevista uma formação na SR Itália e está programada uma formação na SR AF.
A solidariedade é eficaz na Zona e são apoiadas as SR menos abastadas.
Os responsáveis da SR AF e da SR Portugal para a África Lusófona são chamados a incentivar seus equipistas para fazer doações ao Movimento.
Após a reunião de Lomé, prosseguimos os nossos intercâmbios por correio eletrônico, transmitindo notícias da ERI e recebendo feedback das SR.
Informados do cancelamento do colégio de Varsóvia, iniciamos uma reunião de Zona por videoconferência no dia 16 de maio de 2020, a fim de obter notícias uns dos outros, como famílias e casais trabalhando em equipe, mas também para analisar o funcionamento do nosso Movimento, neste contexto inesperado da pandemia do Coronavírus.
A presença de todos os casais confortava-nos e os conselheiros espirituais apoiavam-nos, conduzindo alternadamente a oração.
Pudemos então trocar notícias sobre cada uma de nossas famílias, o que foi globalmente bom. Acolhemos em oração a notícia da morte, em 28 de março, de Michela Valsecchi, mãe de Clelia, esposa de Gianni, ambos responsáveis da SR Itália.
Acolhemos com alegria o Pe. Nuno Rocha, CE da SR Portugal.
Ao partilharmos as notícias, constatamos que o confinamento propiciou bastante a aproximação familiar e deu a oportunidade de rezar muito mais regularmente em família, tornando-a uma verdadeira igreja doméstica.
As enriquecedoras trocas sobre as equipes centraram-se na forma como mantemos as ligações entre nós como equipes de base e de serviço durante este período da pandemia de Coronavírus.
Fomos agradavelmente edificados pelo dinamismo e criatividade dos equipistas em nossa Zona. De fato, assim que as restrições que impuseram o confinamento e tornaram as reuniões difíceis ou mesmo impossíveis foram confirmadas, muitas equipes de base começaram a utilizar as tecnologias de comunicação da Internet para falar (WhatsApp, Skype, Zoom, Meet, etc.). As equipes mais tecnológicas tiveram videoconferências interativas em vez de reuniões presenciais. Mesmo na África, onde há falta de infraestruturas de telecomunicações, a Internet móvel tornou possível a realização de reuniões virtuais.
No que se refere às equipes de serviço, constatámos que, em geral, a implementação de restrições levou os responsáveis a utilizar a tecnologia para contornar essas dificuldades, a fim de manter os programas inicialmente estabelecidos.
A SR Itália realizou a sua sessão nacional nos dias 1, 2 e 3 de maio de 2020 por videoconferência, com mais de seiscentos (600) casais. Realiza uma vigília de oração todos os dias 15 e 30 do mês, das 19h00 as 7h00, com orações oferecidas aos casais pelo Conselheiro Espiritual.
No dia 30 de maio de 2020, a SR Portugal vai realizar a formação de casais responsáveis de setores por videoconferência. Está também a considerar a realização da reunião nacional de novembro por videoconferência, no caso de haver problemas de sua realização em Fátima. Ela também transmitiu aos equipistas todas as propostas de atividades espirituais da igreja em Portugal.
A SR Espanha substituiu todas as sessões presenciais por sessões virtuais, utilizando ferramentas de Internet.
A África francófona está começando a utilizar a tecnologia ao nível da equipe da SR, mas algumas das suas equipes de base já estão muito adiantadas neste mister.
Globalmente, todos as SR da Zona Euráfrica estão tentando manter os seus programas de atividades, substituindo as sessões presenciais por sessões virtuais. No entanto, as restrições do Coronavírus tiveram um impacto negativo nos rendimentos dos equipistas, que pôde ser sentido nas quotizações e na solidariedade.
As restrições de contenção têm sido, portanto, uma fonte de criatividade para continuar a manter os laços entre os equipistas, por um lado, e entre os membros da equipe e o Movimento, por outro lado.
Este é o lugar para confirmar este pressentimento comum de que, após esta pandemia de Coronavírus, nada será igual ao que era antes.
Vamos certamente rever a nossa maneira de viver e de pensar, para dedicar um pouco mais de tempo àquilo que é essencial: caminhar com humildade, ouvindo o Espírito Santo e, doravante, livres de todos os nossos medos, ir ao encontro dos nossos irmãos e irmãs com respeito e confiança, propor-lhes Jesus Cristo, aquele que é "o caminho, a verdade e a vida".
Animação da zona Centro-Europa durante a crise da Covid-19
Thérèse e Antoine Leclerc
Casal de Ligação Zona Centro-Europa
Casal de Ligação Zona Centro-Europa
A pandemia espalhando-se muito rapidamente pelo mundo, e impondo-nos um confinamento com muita rapidez, apanhou-nos a todos de surpresa e abalou-nos em nossos programas, em todas as atividades que tínhamos planejado. Ficamos um pouco nocauteados; tivemos de aparar o golpe, ultrapassá-lo com razão e sabedoria, gerir o stress que causou. De alguma forma, perdeu-se o ímpeto e o horizonte estreitou-se.
Esta é uma oportunidade de dar um passo atrás, de dedicar algum tempo para discernir o que é essencial no âmago desta crise.
Quando somos apanhados no turbilhão de atividades, reuniões e encontros para organizar, há o risco de reduzir a animação de um grupo, de uma zona, de uma RR ou de uma SR em um conjunto de atividades programadas. O essencial não está em cumpri-las, mas na animação, ou seja, em dar-lhes uma alma; podemos dizer: penetre o Espírito Santo com seu sopro. Na verdade, é Ele quem age em cada um de nós; nós somos apenas instrumentos para permitir que Ele aja.
Muitas atividades já não eram possíveis e tiveram de ser canceladas; mas, é claro que isto não significa que o Espírito Santo já não esteja presente ao nosso lado. Fomos, portanto, convidados, e somos sempre convidados, a refletir sobre qual a forma e através de quais realidades Deus está presente. A primeira consequência deste confinamento e destas novas condições foi um reforço da oração: ouvir Deus, ouvir também os outros, estar atento ao que as equipes vivem.
Quais são as suas dificuldades, as suas necessidades, as suas angústias neste período de confinamento? Que novas necessidades estão surgindo?
Para alguns países, a pandemia agravou uma situação já de si muito precária. Pensemos na Síria que está em estado de guerra; pensemos no Líbano que atravessa uma crise econômica e política muito grave; com a Covid-19, quase metade da população vive agora abaixo do limiar da pobreza.
Seguem-se alguns exemplos do que tem sido implementado nas SR e RR, mas estamos longe de ser exaustivos. Estes exemplos destinam-se a mostrar a criatividade dos equipistas. Encontramos o "procuremos juntos", muito caro ao Padre Caffarel.
A SR França-Luxemburgo-Suíça propôs um Dever de Sentar-se para refletir sobre as consequências do confinamento na vida de um casal. E foi proposto outro Dever de Sentar-se para refletir sobre o viver como uma família.
A Síria organizou uma solidariedade financeira para ajudar as famílias fragilizadas pela perda dos seus empregos.
A Bélgica propôs celebrações para viver em família durante a Semana Santa, quando as missas com os fiéis foram suprimidas.
O Líbano organizou um retiro online para os equipistas com uma participação recorde, porque Deus está sempre presente e todos precisam encontrá-Lo.
Na França, a casa Massabielle, a casa das Equipes onde se organizam muitas formações, retiros e sessões das ENS, teve de fechar as suas portas para respeitar as regras de confinamento. Foi reaberta e colocada à disposição de prestadores de cuidados de saúde, o que veio como um reforço a hospitais sobrecarregados da região parisiense.
Neste contexto particular, qual tem sido a animação da Zona Centro-Europa?
Em primeiro lugar, ouvir o que está acontecendo aqui e ali, através de e-mails, telefonemas, discussões WhatsApp; estar atento às dificuldades e situações de cada RR ou SR. Em seguida, permitir que os casais responsáveis pelas RR e SR partilhem o que estão passando, as suas dificuldades e também as suas iniciativas.
E tivemos uma videoconferência muito bonita da Zona, onde pudemos dizer um ao outro que Deus estava presente em tudo isto, que Ele estava ao nosso lado. Cada casal responsável pôde dizer como está vivendo pessoalmente este tempo de confinamento, como casal e como família, e depois, numa segunda rodada, que consequências isto está tendo na animação das Equipes.
Zona América na Pandemia
Márcia e Paulo Faría
Casal de Ligação Zona América
Casal de Ligação Zona América
Sempre lembramos que o nosso Movimento nasceu de uma busca que o Padre Caffarel fez junto com alguns casais para atender seus anseios. Juntamos a isto a observação feita, também pelo Padre Caffarel, de que o Movimento precisaria estar sempre atento e se ajustar às mudanças do mundo.
Nunca imaginamos que teríamos um dia que buscar juntos formas novas, criativas e originais para nos mantermos próximos, mesmo tendo que estarmos distantes.
Vemos que este desafio se tornou leve e frutífero pela força, acima de tudo, que tem o amor. Por amor a Deus, às ENS, aos irmãos e ao serviço estamos conseguindo superar tantas dificuldades e algumas tristezas.
A Zona América, muito por suas características culturais e religiosas, pelo amor às ENS e enormemente pela dedicação incansável e fértil de seus CRSR e RR e seus Conselheiros mantem-se ativa e entusiasmada, realizando muitas atividades possíveis.
Vemos na SR Hispano América Norte (México, Honduras,Guatemala, El Salvador, Nicaragua, Costa Rica, Panama, Puerto Rico, República Dominicana) cada semana uma missa sendo celebrada por uma Região além da celebrada pela SR, reuniões virtuais são realizadas tanto pelas equipes responsáveis quanto pelas de base. A Vigília que foi realizada, foi dividida por países com excelente participação. Há vários testemunhos da importância que é para o equipista continuar sentindo-se unido e próximo dos irmãos.
Acompanhamos a riqueza de gestos na SR Colômbia , que vão desde a criação de máscaras com o logo das ENS até a reunião de equipes para realizarem doações a sacerdotes e famílias necessitados. Organizaram vigílias e Adoração que reuniram muitos equipistas. Da mesma forma, as reuniões não deixaram de acontecer, seja das equipes de base seja das equipes de serviço.
Ao olharmos para a SR Hispano América Sul (Equador, Argentina, Peru, Paraguai, Chile, Uruguai), além de inúmeras reuniões das equipes de serviço e de base, veremos também Formações já sendo realizadas com recursos virtuais e momentos de oração, como o rosário, unindo a todos.
O Colegiado da SR Estados Unidos não deixou de realizar suas reuniões assim como as equipes de base as fazem virtualmente. Para dar continuidade aos processos de Formação, vídeos estão sendo elaborados. Semanalmente há uma missa celebrada em intenção das ENS e aqueles que encontram dificuldades com a tecnologia são, constantemente, contactados por telefone.
A SR Brasil, sempre muito ativa, já desenvolvia um projeto com um rico programa de Lives e vídeos que, especialmente neste momento, promovem forte união na SR. Variadas atividades são realizadas através do canal YouTube com destaque para as atividades comemorativas dos 70 anos das ENS no Brasil.O relato das inúmeras atividades realizadas vimos no informativo anterior.
Na RR Canada, da mesma forma, as reuniões das equipes de base não deixaram de acontecer, nem as equipes de serviço deixaram de se reunir. Toronto realizou reunião de Informação virtualmente para manter o processo de divulgação e expansão ativo. Está programada uma Formação para os casais utilizando os recursos virtuais que prevê atividades paralelas para as crianças, com material que será enviado previamente para os pequenos. Mesmo as equipes que estão sendo ainda pilotadas, continuaram seu processo realiando suas reuniões com a mesma frequencia anterior.
As atividades vem sendo divulgadas e aberta a todos os membros da Zona.
Os casais Ligação da Zona e Responsáveis das Super Regiões e Região também se mantém ligados numa interação e integração das atividades e acontecimentos uns dos outros. As reuniões virtuais e o WhatsApp, principalmente, auxiliam enormemente uma comunicação mais imediata, próxima e calorosa. Para a próxima reunião, o futuro CRS Estados Unidos está sendo convidado para conhecer os demais casais e ser acolhido por todos.
Emocionamo-nos com o relato do CRSRH Sul, que descreveu o sofrimento pelo qual ambos passaram por terem tido o Covid19. Vê-los bem e mantendo a SR animada é para todos uma graça e imensa alegria.
Acompanhamos assim, a Zona América crescendo numa espiritualidade de olhos abertos, que percebe nas novas situações que o mundo apresenta, caminhos para conviver, partilhar e aprofundar. Sentimos a seiva, a energia do Movimento fluindo, alimentando e confortando todos os casais e sacerdotes que dele fazem parte.
Reconhecemos que o espírito que gera em nós tanta criatividade é o espírito do amor e o de abertura de coração e nele acreditamos não há o risco da dispersão nem do desanimo!
O Senhor segue fazendo em nós maravilhas!
RESILIÊNCIA FAMILIAR EM TEMPOS DE CRISE PELA COVID-19
Germán e Maria Stella Mahecha Rodríguez
A resiliência é um paradigma teórico e prático que nos ajuda a ver a realidade humana com diferentes olhos, permite-nos compreender que é possível superar o sofrimento e sair dele melhorado e fortalecido, que é um processo possível para todos os seres humanos, mas que requer elementos fundamentais para o seu desenvolvimento.
O que é resiliência?
Resiliência é um verbo; vem da palavra latina RESILIO, que, quando traduzida para o castelhano (língua em que foi escrito o texto, os autores são colombianos) seria a ação de dar o impulso de saltar para a frente. Não é um substantivo, uma coisa que uns têm e outros não. É acionada em momentos de crise, de sofrimento, de trauma em uma grande adversidade. Talvez a imagem de um buraco que se abre à nossa frente pode ajudar a compreender. Para continuar o nosso caminho, resta-nos apenas saltar. É claro que há quem decida desistir e não consiga ultrapassar as adversidades.
As feridas, físicas ou emocionais deixam-nos cicatrizes, não podemos fingir passar por este mundo sem sofrer feridas, e estas cicatrizes são lembranças das nossas batalhas. A resiliência ajuda-nos a fechar as feridas sem nos esquecermos do que já experimentamos para evitar que sejamos novamente feridos ou que venhamos a ferir outros. É um processo de fortalecimento, aprendizagem e transformação pessoal e comunitária que nos leva a superar um grande sofrimento. Implica, portanto, novas formas de pensar a vida. Nós NUNCA o conseguimos sozinhos; precisamos SEMPRE de outros. É o fruto de laços curativos de afeto e de redes de apoio que nos sustentam e fortalecem.
Do que precisamos para construir resiliência?
Todos precisamos de tutores de resiliência, e eles não são necessariamente profissionais de psicologia ou psiquiatria. Nossa família, amigos, conselheiros, também podem ser tutores. Para adultos, um tutor de resiliência também pode ser uma atividade interessante, um bom livro que nos dê uma nova perspectiva, uma obra de arte, mesmo os nossos animais de estimação, como cães ou gatos. Por isso entendemos que um tutor de resiliência provoca o despertar e o fortalecimento da vida psíquica depois de uma realidade dolorosa ou traumática.
Todas as nossas habilidades e capacidades entram em jogo durante este processo, pois precisamos de criatividade, iniciativa para gerar novas respostas a situações inesperadas que surgem como um desafio às nossas vidas. Implica também a aprendizagem de novas competências para a vida, o que exige abertura e flexibilidade mental. O sentido de humor desempenha um papel fundamental, pois ajuda-nos a ser mais flexíveis e permite a coesão e a colaboração de todos. Além disso, podemos minimizar a tragédia, ou pelo menos não a vemos como um gigante que nos esmaga, pois podemos continuar a rir juntos.
Necessitamos de reflexão, de tomar consciência e de introspecção para perceber o que está a acontecer dentro de nós e que tarefas vitais vêm com esta tragédia, talvez um apelo a uma mudança de atitude, talvez uma reconciliação, talvez uma abordagem espiritual, uma conversão. A nossa escala de valores é posta à prova em situações-limite e a família, a responsabilidade, a vida, a solidariedade, a verdade, a bondade serão o trampolim para ultrapassar estes obstáculos. Não só vamos enraizar estes valores, como vamos convidar outros para as nossas vidas. Há aqueles que hoje valorizam muito mais tudo aquilo que a realidade da pandemia nos limita, como a liberdade, a saúde, a amizade, o trabalho, entre outros.
Na teologia da resiliência, afirmamos que Deus resiste a todas as coisas; ele é o Deus da vida. Deus age de dentro de cada um de nós, como o oleiro que refaz o vaso nas suas mãos. Não estamos no fim do mundo, mas num novo renascimento do mundo, para aqueles que querem aceitar esta ação de um Deus criador contínuo. Jesus é o tutor da resiliência. Ele levantou a mulher que estava dobrada pelo sofrimento. Ele devolveu a visão aos cegos e permitiu que os surdos voltassem a ouvir. Ele levantou o paralítico e convidou-o a caminhar por conta própria. Ele fortaleceu a fé dos seus discípulos, compreendendo o seu medo e fraqueza. Ele venceu a morte. A ressurreição é a expressão mais clara da resiliência e da ação resiliente de Deus nas nossas vidas.
Importância da família
A vida familiar é o contexto mais propício para a formação da sensibilidade espiritual de todas as pessoas que a compõem; é um espaço chamado à expressão de valores fundamentais para o desenvolvimento integral de todos. Valores como o cuidado com os outros, ou seja, a solidariedade, a responsabilidade, a alegria e a gratidão. Quando as crianças veem pais generosos, responsáveis e alegres, têm a melhor base para a compreensão vital do que pode ser essa relação fundamental da pessoa com Deus. "Deus é como aquele pai ou aquela mãe que generosamente cuida de mim”. Como aqueles pais que se esforçam todos os dias por dar aos seus filhos o melhor de si.
O sistema de crenças que a família constrói define a possibilidade de desenvolvimento de processos de resiliência. Portanto, as pessoas dentro das famílias recebem e dão às gerações seguintes formas de crenças muito elaboradas, umas ligadas ao religioso, outras à magia e outras poderíamos dizer ao profano. Em qualquer caso, é nesta esfera de crenças que os processos de resiliência familiar se cristalizam. Ora, a partir destes sistemas de crenças são definidos os caminhos do confronto ou da resignação antes dos sofrimentos que a existência traz.
Cada família é construída sobre um sistema de crenças, que a ajuda a explicar ou a dar sentido aos acontecimentos que acompanham a vida quotidiana: a morte, a doença, as pandemias, o sucesso ou o fracasso. Tudo isto vem acompanhado de suas próprias interrogações. Algumas dessas crenças não ajudam em nada a dar esse significado transcendente a situações traumáticas. Por exemplo, quando se crê que o que está a acontecer é um castigo direto de Deus por algo mau que foi feito pelos membros de uma família, ou que estamos perto do fim do mundo e nos aguarda um julgamento aterrador.
Importância de uma Espiritualidade de Resiliência
A espiritualidade ajuda a ver além, a unir forças, a preencher a vida com esperança e otimismo, mas, sobretudo, uma espiritualidade resiliente não esconde o sofrimento, assume-o como parte da vida e dela retira uma aprendizagem vital, torna a família mais solidária e humana.
É isto que encontramos com grande alegria nos casais das Equipas de Nossa Senhora, em todo o mundo, homens e mulheres de fé empenhados em renovar os sistemas de crenças nas famílias. Uma espiritualidade de resiliência está ancorada na confiança absoluta na misericórdia de Deus Pai-Mãe. A confiança de Jesus em Deus dá-nos conta da sua atitude resiliente.
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Os autores:
Germán e Maria Stella Mahecha Rodríguez pertencem à Equipe 129 - Setor 3, Região Colômbia Centro. No momento, são responsáveis pelo Setor 11 de Bogotá. São docentes na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Javeriana – Bogotá, Colômbia.
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Referências bibliográficas:
Cirulnik, Boris. De cuerpo y alma. Neuronas y afectos. Gedisa. España. 2006.
Delage Michel. La resiliencia familiar. Gedisa. Barcelona. 2010.
Frankl, Viktor. El hombre en busca de sentido. Barcelona: Herder. 1991.
Stefan y Lecomte, Jacques. La felicidad es posible. Barcelona: Editorial Gedisa. 2002.
Rodríguez, Stella. La Resiliencia como vivencia del Reino de Dios. Bogotá: PUJ-Facultad de Teología. 2015.
Rodríguez, Stella. Paternar, Maternar. El arte de ser padres y cuidadores amorosos. Ediciones Paulinas. 2019
Rodríguez, Stella y otros. Familias resilientes. De la adversidad a la Alegría. Ediciones Paulinas. 2018.
Walsh F. Resiliencia Familiar. Estrategias para su fortalecimiento. Buenos Aires: Ed. Amorrortu. 2004.